António Costa prometeu 26 mil casas para famílias carenciadas até 2026. Depois veio Luís Montenegro e acrescentou 33 mil até 2030. Mas, até agora, nem duas mil foram entregues. Isto apesar dos milhões do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no âmbito da habitação que estamos em risco de perder. Um falhanço tão grande que levou a Comissão Europeia a lançar sérios avisos a Portugal e a aconselhar medidas que, por cá, têm merecido forte oposição por estarem conotadas com uma certa Esquerda. Controlo das rendas, limitação do alojamento local (AL) nas zonas mais pressionadas e recurso a imóveis desocupados, públicos a privados, para a aumentar a oferta de casas disponíveis no mercado são algumas das recomendações feitas por Bruxelas, na semana passada, dias antes da tomada de posse do (pouco) novo Governo AD.
asdasd
asdasda
asdasd
asdasd
asdad
asdasd
asdasd
asdasd
O diagnóstico não surpreende. O problema é estrutural, sistémico, e as soluções engendradas pelos últimos executivos foram meros paliativos num setor que é um negócio extremamente lucrativo para alguns e inacessível para uma larga maioria. A Comissão pede a Portugal uma nova estratégia com medidas de fundo com impacto a longo prazo para incentivar o mercado de venda e de arrendamento e propõe algumas medidas que constavam do pacote socialista Mais Habitação e que foram travadas pelo Executivo AD. José Luís Carneiro, o futuro líder do PS esmagado nas últimas legislativas, propôs a Montenegro pactos de regime em cinco áreas (política externa e europeia, defesa, segurança, justiça e organização do Estado). Se há matéria em que os dois partidos têm obrigação de chegar a um acordo para lá dos ciclos governativos é a habitação. De quem é a iniciativa pouco interessa.


