
Análise de Delfim Machado e gráficos de Inês Moura Pinto
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Na primeira sondagem realizada depois dos debates entre todos os partidos com representação parlamentar, a AD (34,8%) é a candidatura que mais cai. A tracking poll da Pitagórica para o JN, TSF e TVI/CNN mostra que Luís Montenegro até esteve bem nos debates, mas perdeu o voto da classe baixa. O PS (26,6%) e a IL (6,8%) também caem, mas menos, enquanto o Chega (16,8%) e a Esquerda aproveitam.
A quinta sondagem diária da Pitagórica quebra o ciclo de crescimento da AD verificado nos quatro dias anteriores. No cenário que inclui a distribuição dos indecisos, Luís Montenegro perde um ponto percentual (p.p.) face ao dia anterior e baixa para 34,8%. Ainda assim está a mais de oito pontos de diferença do PS, o que é mais do que suficiente para cobrir a margem de erro. A distância entre os dois maiores partidos encurtou-se porque a AD perdeu um p.p. e PS apenas perdeu 0,5 p.p., fixando-se agora nos 26,6%.
À Direita, registam-se trajetórias diferentes. O Chega sobe 0,3 p.p. e mantém o ritmo de crescimento moderado pelo terceiro dia consecutivo. Já a IL tomba 0,7 p.p. e passa para 6,8%, anulando-se praticamente todo o efeito do crescimento dos liberais observado na tracking poll do dia anterior, que punha a Montenegro e Rui Rocha próximos da maioria absoluta em coligação pós-eleitoral.
Esta possibilidade fica mais distante na nova sondagem diária, onde é a Esquerda que aproveita. O BE de Mariana Mortágua é o partido que mais cresce, alcançando agora os 2,3%, mais 0,5 p.p. do que na sondagem anterior. Perto desse crescimento está o Livre, que sobe 0,4 p.p. e passa para 3,8%. A CDU também ganha terreno e alcança os 3,5%, mais 0,3 p.p. do que na tracking poll anterior. O PAN mantém-se nos 0,6%, menos de um terço dos votos que permitiram eleger Inês Sousa Real para a Assembleia da República.
Depois de ter atingido na última sondagem o valor máximo de 19,8%, o número de indecisos baixou para 18,4%. Se analisarmos a intenção de voto sem distribuição de indecisos, a AD perde apenas 0,4 p.p. e fica em 28,4%. O PS não sobe nem desce e continua com 21,7%. O Chega cresce 0,5 p.p. para 13,7% e a IL cai 0,4 p.p., para 5,6%.